Yoga conduz ao autoconhecimento em cima ou fora do tapetinho


Aprender com as experiências do cotidiano, dar atenção ao que realmente importa, praticar a empatia e tolerância. Podemos classificar algumas atitudes no nosso dia-a-dia como yoga. Sim, não é apenas a prática em cima do tapetinho, mas ações que nos tragam clareza e discernimento para alterar hábitos e até a visão do mundo. Se levarmos a filosofia do yoga para a nossa rotina, vamos estar fazendo essa prática milenar que busca equilibrar o corpo e a mente, cultivando virtudes relacionadas a paciência e a estabilidade. Esse é o processo de autoconhecimento.

Sobre o tapetinho o processo é ainda mais profundo, centrado em sua respiração, percebendo como você respira, o que você ouve ou pensa enquanto respira, como seu corpo se move, quais posturas você tem mais dificuldade ou facilidade e como sua energia flui. Quando algumas posturas são mais difíceis, elas mostram onde precisamos evoluir ou onde precisamos ter cuidado e dar mais atenção ao nosso corpo. Eu, por exemplo, tenho dificuldade com as posturas invertidas, o que me revelou o hábito de querer estar sempre no controle. Ao virarmos de cabeça para baixo, nossa visão do mundo é completamente desfeita. Não sabemos onde é o lado direito ou o lado esquerdo, tudo muda, e precisamos nos adaptar. Há relatos de alunos que tem dificuldades com torções, o que revela também uma forma de ver as situações de outro ângulo. Há ainda praticantes que sentem raiva ao fluir numa sequência de Vinyasa, ou se inquietam quando precisam apenas relaxar em shavásana, a postura de relaxamento ao final da aula. Comportamentos que desconhecíamos em nós mesmos.

O yoga mexe com o corpo, mente e espírito. É uma prática onde devemos encontrar ferramentas para controlar aquilo que nos incomoda no caminho da paz e felicidade. Yoga não cura, mas nos ajuda a identificar o que precisamos desapegar, as qualidades que devemos cultivar, os defeitos que devemos aceitar e dificuldades que buscamos melhorar no longo caminho. É nosso autoestudo, não a busca de uma iluminação milagrosa. Praticar yoga não nos obriga a decidir se devemos seguir a filosofia dual ou não-dual, vedanta ou tantra, novo ou tradicional. Vá além disso: sinta o yoga em sua vida. Ao abrir os olhos, identifique seus padrões mentais e aos poucos tente se afastar dos hábitos que geram ansiedade, raivam, medo ou tristeza. Se esses sentimentos incomodam você, então não está tudo bem. Se buscar se tornar melhor para si mesmo, faz parte do seu objetivo, vá em frente. Em cima ou fora do tapetinho, torne-se o agente de sua própria transformação. Sem cobranças, apenas flua com a sua respiração.

Siga-me nas redes sociais:
Instagram: www.instagram.com/alefiori.yoga
Youtube: www.youtube.com/yogacomalefiori
SoundCloud: soundcloud.com/alefioriyoga

Comentários

Postagens mais visitadas