Yoga e as comprovações do combate à depressão e ansiedade
A prevalência da depressão na população mundial, segundo a OMS, é 4,4%. No Brasil, a doença atinge 5,8% da população – um total de 11,5 milhões de casos. Durante a pandemia, esses números se elevaram. Só no Brasil, chegou a crescer 40%. O estado de humor que leva as pessoas a sentirem-se tristes, ansiosas e vazias pode ser passageiro, mas quando supera duas semanas é chamado de depressão clínica. Os tratamentos psiquiátricos envolvem antidepressivos e, ao mesmo tempo, medicamentos para amenizar os efeitos dos antidepressivos. O ciclo de medicação pode não ter fim se não houver práticas “alternativas e complementares”, como a medicina se refere. É compreensível a preocupação médica, tendo em vista casos severos em que o corte da medicação pode trazer efeitos perigosos, mas ao mesmo tempo é necessária a busca de caminhos que ajudem a abreviar o tempo de dependência medicamentosa e de seus efeitos desagradáveis.
O jornalista norte-americano Willian J.
Broad escreveu, em 2017, o livro A Moderna Ciência do Yoga – Os Riscos
e as Recompensas, com um levantamento de várias pesquisas realizadas em
diferentes universidades para comprovar alguns benefícios alegados à prática
do yoga. Uma delas buscou entender se o yoga, que
promove serenidade, poderia ter repercussões diante da depressão. A Escola de
Medicina da Universidade de Boston, em parceria com a Escola de Medicina de
Harvard e o Hospital Psiquiátrico MacLean, centraram a pesquisa e uma
substância química do cérebro chamada “trava-língua de ácido
gama-aminobutírico”, conhecido pela sigla GABA. Trata-se de um dos principais
neurotransmissores e reguladores do sistema nervoso humano. Muitos relatos têm
ligado a depressão aos baixos níveis de GABA.
Os pesquisadores buscaram saber se o yoga poderia
abrandar a depressão ao aumentar as concentrações desse neurotransmissor. O
GABA age reduzindo as descargas de neurônios, tornando-os menos excitáveis,
então o alto nível do neurotransmissor serve como efeito calmante. A equipe de
cientistas analisou oito voluntários, antes e depois de uma sessão de yoga de
diferentes estilos (Ashtanga, Bikram, Iyengar, Kundalini, Hatha, Vinyasa e
Power). O resultado foi que o cérebro dos praticantes de yoga mostrava
um aumento médio de GABA de 27%. Um voluntário que praticou cinco vezes por
semana teve aumento de 80%.
Posturas de yoga para combater a depressão
Toda aula bem equilibrada de yoga funciona no
combate a depressão e ansiedade, não necessitando de posturas especificas.
Apesar disso, há algumas que trazem mais efeitos como as flexões para frente,
que são sedantes, ou aquelas que abrem o peito, possibilitando o fortalecimento
da energia do nosso chakra do coração.
Não deixe de praticar: uttanásana (postura das
mãos nos pés) e adho mukha svanásana (cachorro olhando para
baixo) que energizam o corpo, aliviam dor de cabeça, insônia, alongam as costas
e estimulam a circulação sanguínea da cabeça; shalambásana (postura
do gafanhoto) ou kapotásana (postura do pombo) que abrem o
peito; e paschimottanasana (postura da pinça) ou Janushirshásana (postura
da cabeça no joelho) que alongam a coluna e melhoram a digestão.
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