Origens do yoga: a união com o divino que habita em nós

Primeiramente a palavra yoga significa do sânscrito, “ligação” ou “união” e tem o objetivo de alcançarmos moksha (a libertação) por meio da evolução espiritual, do autoconhecimento, da conexão com o divino que habita em nós. Para isso, há um conjunto de disciplinas, técnicas e práticas que controlam o corpo e a mente para expandir a nossa consciência. São poucas as informações encontradas na literatura sobre as origens do yoga sendo todas as referências relacionadas a mitologia, achados arqueológicos e antigas escrituras. Segundo a linhagem tântrica, o yoga foi transmitido pela primeira vez por Shiva (deus da transformação) à sua esposa Parvati próximo a um lago, onde um peixe, Matsya, observou atentamente e aprendeu tudo o que viu. Com isso, o peixe teria evoluído, transformando-se em um humano (Matsyendra, o senhor dos peixes), vindo a aparecer posteriormente como um sábio iluminado. Esse ser aquático seria uma referência a origem da evolução humana. 

Pashupati (o senhor dos animais)
Os achados arqueológicos se referem a descoberta, na década de 1920, de uma civilização às margens de rio Saraswatí (até então, considerado mitológico), no Vale do Rio Indu, entre os atuais estados de Sindh e Baluchistan, no Paquistão. As referências sobre a data dessa civilização variam de 6.500 a 3.300 aC. Os achados revelaram uma evoluída forma de sociedade baseada no comércio de produtos agrícolas, com uma arquitetura avançada e reverência a deuses védicos. 

Estima-se que essa civilização tenha alcançado 750 mil quilômetros quadrados, sendo que Mohenjo-daho, teria sido a capital com 35 mil habitantes. As escavações encontraram imagens esculpidas nas cidades de Mohenjo-daho, Harappa e Lothal que trazem personagens em posturas de yoga e aspectos primitivos do deus Shiva: Pashupati (o senhor dos animais) e Rudra (deus da tempestade).

Nas escrituras sagradas, o yoga está mencionado no Rigveda (um dos quatro livros dos Vedas), mas sem nenhuma descrição de práticas. Nos Upanishads (comentário dos Vedas), há a citação da prática de pranayama (respiração consciente) no hino 1.5.23 de Brihadaranyaka Upanishad (900 aC), e a prática de pratyahara (controle dos sentidos) é mencionada no hino 8,15 de Chandogya Upanishad (800-700 aC). Os Vedas (aquilo que foi visto) são textos sânscritos revelados pela civilização ária que embasou a religião hindu. Teriam sido escritos pelos grandes sábios (rishis) há cerca de 6.500 anos e tem o objetivo de guiar o ser humano para o aperfeiçoamento do caráter em direção ao Supremo. São eles: Rig veda (das estrofes), Samaveda (das melodias), Yajurveda (das fórmulas), Atharvaveda (dos encantamentos e magias). Todos os Vedas tratam de ação, autoconhecimento, prática e culto. Posteriormente há referência no Bhagavad Gita (trecho do épico Mahabharata, escrito por volta de 400 aC e com origens que remontam ao século 8 aC) que trata da yoga da devoção, e no Sutras de Patanjali, escrito entre os séculos 3 aC e 5 dC, que sistematizou as definições de yoga dando início ao yoga clássico.

No século 10 surge o Hatha Yoga dando destaque as técnicas psicofísicas para chegar a meditação.  A partir daí, tem-se uma variedade de 8 ramos de yoga: Raja Yoga (meditação), Jañana Yoga (conhecimento), Karma Yoga (ação ou caridade), Bhakti Yoga (devoção), Tantra Yoga (transmutação do corpo e da mente), Mantra Yoga (vibração) e Laya Yoga (dissolução da mente condicional) e Hatha Yoga (vigor). Desses 8 ramos principais, hoje existem mais de 400 modalidades como Kundalini Yoga, Swasthya yoga, Power Yoga, Vinyasa Yoga etc. Em seguida, as especialidades como yogaterapia, yoga restaurativa, yoga hormonal, aerial yoga, yoga para gestantes ou crianças etc.

Agora que você conhece as origens do yoga, procure identificar qual ramo, modalidade e especialidade mais atende a sua busca pelo o seu autoconhecimento e a sua conexão com o divino. Lembre-se que é preciso disciplina para evoluir na sua prática. Alcançar o discernimento é o caminho para expandir sua mente, atingir a iluminação e moksha, a libertação.

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Comentários

  1. Me corrija se estiver enganado. Por tudo q já aprendi, os oito ramos de Yoga se conformaram para se chegar, na sequência: à meditação, contemplação e por derradeiro à iluminação. É isso mesmo?

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  2. Sim, Thadeu, todo ramo do yoga tem o mesmo objetivo. Seu autoconhecimento para chegar à iluminação.

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